quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Livro e série - Sob A Redoma/Under The Dome

     Era mais um dia comum na pequena Chester's Mill, no Maine (sempre lá), quando, inesperadamente, a cidade é isolada do mundo por uma redoma, que funciona como um campo de força invisível, não deixando ninguém entrar ou sair. Não há explicação para o que é essa barreira, de onde ela veio ou se ela irá sumir. Essa é a base para a história de um dos melhores livros de Stephen King: Sob A Redoma (Under The Dome, nome original). 
     Lançada em 2009, a obra só chegou ao Brasil em 2013, por um preço que não agrada (na maioria dos lugares, R$79,90), mas, acreditem, a obra vale cada centavo. O livro começou a ser escrito em 1976, porém King desistiu de continuar após duas semanas devido a falta de conhecimento do mesmo em relação a fatores climáticos dentro da redoma e outras coisas necessárias para tornar tudo o mais realista possível. Em 2007, o autor resolveu voltar a investir na história, escrevendo o primeiro manuscrito que continha absurdas 1500 páginas e mais de 9 quilos. Após várias revisões e correções, o livro foi concluído e passou a conter 960 páginas, sendo assim uma das maiores obras de Sthepen King. O começo do livro contém um mapa de Chester's Mill, mostrando todos os pontos da cidade que serão importantes para o enredo, e uma lista dos personagens da trama, que contém a incrível quantia de 67 personagens, sendo que nem todos estão listados, é muita gente na história.
     Como já explicado, o enredo tem base no surgimento inexplicável de uma redoma em volta de Chester's Mill. Base? Sim, base, pois a barreira invisível não é o "personagem principal" do livro. O grande foco da obra é o que acontece dentro da redoma, os personagens abaixo dela, a vida sob a redoma. Em situações de crise, sabemos que as pessoas mudam e fazem coisas inimagináveis, e nesse fato que esta sustentada a maior parte da obra: relações humanas na hora do desespero. É claro que também há espaço para o sobrenatural, porém, diferente da maioria das obras de Sthepen King, ele não é o fator essencial da história. A trama é pesada e muito sanguinária, contém morte, assassinato, suicídio, palavrões, estupro e até necrofilia. Não é pra qualquer um. Para quem é muito religioso e não aceita críticas a igreja e Deus, fique avisado de que existem muitas cenas em que a religião é criticada e até usada como justificativa para crimes e atos de crueldade, o que pode ofender algumas pessoas.
     O que há de melhor no livro existe em grande quantidade durante a história: personagens. Apesar de existirem tantos, o leitor muito dificilmente esquecerá de algum deles, pois cada um possuí personalidade única e marcante, a profundidade criada neles é sensacional. Todos possuem papel fundamental na história, sejam eles principais ou coadjuvantes. Não há dúvidas quanto as opiniões de cada um, logo de cara já sabemos que existem os mocinhos e os vilões. Do lado bonzinho, temos como destaques o cozinheiro e ex-militar Dale Barbara (apelidado de Barbie), a jornalista local Julia Shumway e o auxiliar médico Rusty Everett. Entre os vilões, o líder é o segundo vereador da cidade Jim Rennie e temos também seu filho Junior Rennie. Os personagens tem um desenvolvimento ótimo durante o enredo, fazendo, facilmente, com que o leitor passe a se importar e se relacionar com eles. A única coisa que é criticada em relação a eles, é o fato de que chegam a ser inteligentes demais, notando coisas como se tivessem poder de ler mentes, enquanto em outro momento fazem alguma besteira inexplicável. Não é nada que comprometa o quão incríveis são no geral, mas é uma verdade que chega a incomodar em alguns pequenos trechos.
     A narração é feita na maior parte em 3° pessoa. Dentro de cada capítulo, há subdivisões, cada uma mostra um personagem diferente e os diversos pontos de vista na história, deixando uma pequena ponta solta ao final de cada, para prender ainda mais quem lê. Há momentos em 1° pessoa, onde o autor chega a narrar através da mente de um cachorro e até de uma marmota, simplesmente sensacional. Apesar do tamanho do livro, em nenhuma parte a história fica arrastada ou detalhada demais, tudo acontece em um ritmo rápido, onde algo pode acontecer a qualquer momento.
     Em relação ao final do livro, sem spoilers, ele foi criticado e com certa razão. Não é ruim, mas houveram coisas que ficaram muito vagas e o destino de alguns personagens incomodou, pois parece que foram finalizados às pressas sem tanto capricho quanto deveriam ter. Não muda o fato do livro ser muito bom, mas a conclusão da trama poderia ser melhor trabalhada.
     Uma obra muito recomendada e considerada uma das melhores de Stephen King, traz personagens incríveis e uma história cheia de suspense e drama fazem com que o leitor fique preso do começo ao fim, como se estivesse mesmo "Sob A Redoma".


A série

     Planejada para 2009, mesmo ano de lançamento do livro, a produção de uma série baseada em Sob A Redoma não foi para frente, sendo retomada apenas dois anos depois. Desenvolvida por Brian Vaughan, a proposta de produzir série foi recusada por diversos canais até ser aceita pela CBS. A adaptação era considerada difícil, apesar do imenso potencial que a trama possuía, mas a produtora investiu. Encomendou um episódio piloto e 13 episódios para a primeira temporada. A série estreou em 24 de junho de 2013 nos EUA e no dia 4 de novembro no Brasil, exibida pelo canal TNT.
     É impossível falar de uma adaptação sem citar as diferenças em relação ao produto original. Quem não conhece ou não leu o livro pode se tornar um admirador da série, porém uma imensa parte dos leitores com certeza não irão gostar devido as diferenças absurdas que existem entre o livro e a série. Personagens que não existiam, pessoas que eram da mesma família não são mais, vários mudaram de profissão, agora existe chuva e vento na redoma. Coisas que eram fundamentais para a trama do livro foram completamente alteradas. A história caminha de forma muito mais rápida, na tentativa de prender o espectador mais rapidamente, porém o efeito é o contrátrio, já que acaba não deixando profundidade aos personagens. A série mantém o foco no sobrenatural e retira, praticamente, todo o fator psicológico que existe originalmente e que era o grande potencial a ser explorado. A trama envolvendo pessoas escolhidas e coisas sobrenaturais decepcionou tantos leitores quanto os que não leram, pois esperavam algo mais desenvolvido. Todas as alterações foram planejadas para garantir maior longevidade a série, pois uma hora a fonte criativa, o livro, irá acabar, porém isso comprometeu o resultado final.
     Os efeitos especiais da série são bons, apesar de econômicos, e são muito usados para impressionar, assim como sempre acontece em outras adaptações de livros do Stephen King. O elenco tem nos principais papéis Mike Vogel como Dale Barbara, Rachelle LeFevre como Julia Shumway, Dean Norris como Jim Rennie, entre outros. Como destaques na parte técnica estão os produtores Steven Spielberg e o próprio autor do livro, Stephen King. A série já possui uma segunda temporada confirmada e terá sua estréia em 30 de junho de 2014.
     Não se trata de uma série incrível, porém pode agradar vários espectadores, exceto os fãs do livro, que, muito provavelmente, não ficarão nem um pouco satisfeitos com as mudanças e o rumo da série, que abandonou completamente a obra original.
          

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Games que viraram livros

     Ao entrar em uma livraria ou em uma seção de livros de diversas lojas, esta cada vez mais comum encontrar títulos como God Of War, Battlefield e Assassin's Creeed. Livros derivados de jogos. A questão que fica na mente das pessoas que se deparam com isso é se estes podem ser considerados uma boa leitura para qualquer tipo de público.
     Adaptações de jogos para o formato literário são mais comuns do que imaginamos. Nos EUA, elas existem em massa há muito tempo e fazem bastante sucesso, porém só foi possível ver essas obras com mais frequência no Brasil há cerca de dois anos. O mercado de games no país é o que mais cresce no mundo, prova disso são as diversas empresas da área que estão dublando e legendando seus jogos em português do Brasil, além de que o público-alvo dos games é muito fiel, tanto que é um dos negócios que mais rende lucro, fatos que já explicam o porquê das adaptações estarem chegando em tamanha quantidade as prateleiras brasileiras. Um fator que é destacado em relação aos livros é o incentivo a leitura. Vários gamers afirmaram que passaram a ter o interesse em livros a partir do momento que leram obras baseadas nos jogos. Mas, retomando a questão do começo do texto, são uma boa leitura?
     Apesar de ser fã de games, nunca li um livro baseado em um jogo, porém pretendo ler, ou seja, a opinão a seguir é baseada no que várias outras pessoas acharam. A série mais famosa do gênero é Assassin's Creed, baseada na franquia de jogos de mesmo nome, entre outras como God Of War e Resident Evil. Os livros costumam possuir uma linguagem simples e que não exige conhecimentos avançados para ser entendida. Os livros seguem fielmente a história dos jogos, também destacando detalhes que não são tão aprofundados nos videogames. O enredo é envolvente tanto para quem já sabe dos acontecimentos por ter jogado os games quanto para quem não tem conhecimento algum relacionado aos produtos originais, o que mostra que apesar de haver um certo preconceito literário, por ser uma adaptação, os livros tem capacidade de conquistar públicos maiores do que os esperados.
     Pelo que se pode analisar, o gênero pode agradar todo tipo de leitor, mas principalmente quem gosta dos games, além de ser uma ótima forma de incentivar mais pessoas a praticar o hábito da leitura, o maior objetivo de quem produz os livros.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os 10 livros mais vendidos no Brasil em 2013

    Como o ano novo já chegou, ainda continuamos vendo as sempre presentes retrospectivas sobre diversos assuntos, sendo um deles os livros. Quais os livros que fizeram maior sucesso no Brasil em 2013? 

     O top 10 dos mais vendidos mostra bem uma sensação que cresce cada vez mais no país: os produtos religiosos. Acompanhando o enorme crescimento do mercado de música gospel, os livros religiosos passaram a serem sucesso garantido também, o que mostram as duas primeiras posições do ranking ocupadas por Nada A Perder 2, de Edir Macedo (Também presente na quinta posição com Nada A Perder), e Kairós, de Padre Marcelo Rossi. Indo em direção oposta aos livros religiosos, temos como destaque os três livros da série de romance erótico 50 Tons de Cinza, de E. L. James, ocupando as 6°, 7° e 8° posições. Em 3° temos o novo livro de Dan Brown, Inferno, seguido de um dos livros favoritos do jovens atualmente: A Culpa é das Estrelas, de John Green. Completando o top 10, temos em 9° o livro O Silêncio das Montanhas, de Khaled Hosseini, autor de "O Caçador de Pipas", e, em 10°, Eu Não Consigo Emagrecer, livro de auto-ajuda de Pierre Dukan.

Nada A Perder 2 - Edir Macedo 
Kairós - Padre Marcelo Rossi 
Inferno - Dan Brown
A Culpa é das Estrelas - John Green
Nada a Perder - Edir Macedo
50 Tons de Cinza - E. L. James
50 Tons de Liberdade - E. L. James
50 Tons Mais Escuros - E. L. James
O Silêncio das Montanhas - Khaled Hosseini
10° Eu Não Consigo Emagrecer - Pierre Dukan

Dia do Leitor

     7/01. Um dia que pode ser comum para alguns, mas especial para todos os amantes dos livros. A leitura sempre esta presente nas nossas vidas, desde quando somos crianças e começamos a ouvir as primeiras histórias infantis, quando começamos a estudar e aprender através dos livros, quando temos interesse na literatura como uma forma de entretenimento, de viajar em outros mundos, de viver outra vida e de achar felicidade e conforto em algumas simples folhas de papel. Quantos personagens, lugares, histórias que aparecem nos livros já marcaram nossas vidas de alguma forma? Da pessoa mais próxima aos livros à que menos se interessa por eles, todas ja tiveram contato com essa experiência maravilhosa que traz a leitura. Feliz dia do Leitor! Leiam,aproveitem e se divirtam!

Pesquisa revala que jovens preferem livros em papel

     Apesar dos lançamentos de diversos livros em formato digital, os tão famosos e-books, uma pesquisa revela que a grande maioria dos jovens ainda prefere os livros no seu formato original, no papel.
     Feita pela agência Voxburner, especialista em estudos sobre o comportamento dos jovens, a pesquisa revela que além deles preferirem os livros aos e-books, a leitura em formato tradicional é o maior consumo cultural dos jovens, superando filmes, CDs e videogames, o que impressiona a todos que imaginavam uma geração mais conectada e não tão proxima da literatura. De acordo com os entrevistados, o fato de gostar mais de um livro feito em papel se deve, em maior parte, a sentir o contato emocional pelos meios físicos, além de que os e-books são considerados caros. Eles também citaram que o formato físico é melhor por ser mais fácil de ser compartilhado e da possibilidade de ser vendido depois.
     E você? Ainda gosta mais dos livros em papel ou prefere os e-books?